2020.09.15 – Imagem

Resolução de Problemas

5 Passos

 

Costuma dizer-se que já tudo foi inventado e para os que nisso acreditam este texto não tem qualquer utilidade. Para cada chave a sua fechadura, e para os preguiçosos uma chave mestra.

Pois digamos que encontrar uma solução criativa para um problema é já de si um segundo problema e um desafio tão mais elevado quando maior for a sua ambição.

Criar uma solução, inventá-la, pressupõe antes demais dois passos essenciais: Compreender o Problema e verificar a eficácia do seu resultado.

No entretanto, encontraremos a arte de percorrer um caminho nunca dantes navegado. E nesse entretanto, cabem tão bem 5 dicas como 50 mil. Até para escrever este texto, a busca da sua originalidade constitui-se já de si como o Problema antes mesmo do problema em questão. Pois para se ser criativo é preciso ser-se “complicómetro”.

Imaginemos a nossa mente como uma fábrica: os operários são os manuseadores da técnica, mas os criativos são aqueles que se sentam na sua secretária a olhar para o infinito, procurando criar soluções.

Pois façamos esse exercício: o nosso olhar foca-se na paisagem que se desenha na janela com a mesmidade da tranquilidade. Sendo sempre a mesma paisagem, a nossa mente permite-se ao foco do seu interior. Lá dentro encontra-se então essa coisa a que chamamos de problema, porque nos impera a urgência do seu contraste. Como se diz na Gestalt, vamos procurar compreendê-lo, traduzi-lo, nominá-lo, dissecá-lo, até chegarmos ao ponto de ser possível desmembrá-lo em vários pequenos problemas.

Agora imaginemos que o nosso problema assume o conceito de dilema psicológico. Aqui começávamos a esboçar o nosso caminho para a compreensão de si e do mundo. Mas não vamos por aí.

Vamos dizer que temos um problema de criação original, nós queremos inventar algo para resolver uma questão. Repare-se que já arrumámos a angústia do nosso conceito numa gaveta mais leve, agora falamos de questão.

Então, temos uma questão entre mãos para resolver, talvez algo tático ou técnico, algo que precisa de uma instrumentação para ser seguido e conseguido.

Tudo certo, mas também não será por aí o nosso caminho. Vamos ao mais difícil dos caminhos: inventar algo novo e porque este texto assim o exige, afunilar o nosso caminho em 5 passos.

 

1º Passo: Tempestade Afunilada de Pensamentos

 

(não é original mas é útil)

Por exemplo, eu quero criar um negócio com algo novo e rentável. Vamos assim dividir o nosso problema em dois: algo novo / algo rentável. E porque estamos a falar com criativos, vamos dar prioridade ao algo novo.

Carregar no botão e centrifugar. Separar ingredientes: vamos pensar em todos os tipos de negócios e escolher um. Dentro desse vamos pensar em todo o tipo de produtos. Todos aqueles que nos aparecem na ideia já foram pensados. Vamos recordar: o nosso objetivo é: Criar algo novo.

Então, se eu escolhi o negócio da restauração, posso afunilar para um produto e dentro desse escolher assim uma Bebida. Agora sim, posso avançar para a utilidade ou o seu propósito: dentro de todas as funções que já conheço, ocorre-me a sua necessidade atual: Talvez uma bebida tranquilizante, ocorre-me assim a palavra última na ponta do funil: ZEN.

 

2º Passo: Modulagem da ideia

 

(pressupõe meter as mãos na massa)

Talvez eu não perceba nada de bebidas, mas tenho em mim (como temos todos), o nosso primeiro cliente satisfeito.

Ou seja, não vale a pena criar algo que o próprio desaprova.

Ao mesmo tempo deixar claro que para que seja rentável é bom que agrade ao paladar de muitos.

Então temos uma nova bifurcação: algo agradável e original. A modulagem de ideias pressupõe experimentação prática. E aqui é claro que o fator tempo pode prejudicar, mas a pressão deve ser sentida como desafiadora. Vamos novamente delinear traços: restringir a dois ingredientes nunca antes conjugados.

Abrimos assim a porta mais concreta do nosso problema. Já toda a gente inventou as tisanas, já estamos todos cansados da imagem de alguém a fazer yoga e a camomila já não surpreen-de. Se a vossa cabeça está em modo “slot machine” está correto. Visualizar ingredientes e experimenta-los.

É aqui que bate muitas vezes a desistência: é impossível inventar algo de novo!?

No que toca a ingredientes de facto, é. A modulagem de ideia pode, precisamente, exigir uma mudança completa de estratégia. Se a inovação da ideia não está no ingrediente pode estar noutro algo. Então o que fazemos ao nosso produto é visualizá-lo em todas as suas componentes: formato, composição, constituição, apresentação e por aí fora. O que estamos a fazer é seguir no sentido contrário do afunilamento, estamos a abrir novas hipóteses ou novos caminhos no labirinto, sem manter o foco: ZEN.

 

3º Passo: O Disparo

 

O disparo são tiros de ideias que o nosso cérebro pode fazer quando se encontra encurralado. E estes disparos são muitas vezes a grande ideia nova. Dada a conjuntura atual e dado que eu estava a pensar em algo Zen e “bebível” mas agradável, ocorreu-me uma outra utilidade: criar máscaras que tenham um odor agradável e que se conservem pelas suas possíveis utilizações.

Máscaras protetoras para Covid 19 com odor Zen (talvez cheiro de Bosque). Do disparo vêm muitas balas tontas ou disparatadas.

E de muitas ideias loucas já se criaram coisas espantosas. Por isso, deixar fluir a imaginação e a tontice é essencial.

Então digamos que me agradou este produto.

 

4º Passo: Dar à Luz

 

Aqui não há muito de original a fazer. Há que procurar onde e como produzir, fazer cálculos e sobretudo experimentar um protótipo. É o passo para aperfeiçoar e tornar real o nosso objeto imaginado. Uma vez mais podemos debater-nos com a impossibilidade de reprodução da nossa ideia, mas se alguém acreditou até aqui em nós o que temos a fazer é efetuar ajustes de produção.

Aqui, não se deve voltar atrás.

Não haverá duas oportunidades para a mesma ideia.

Se acreditamos cegamente que aquele é o nosso produto, devemos seguir com ele. Dar à luz implica também promover a fé no nosso recém-nascido. Há que defendê-lo e aqui as nossas palavras de promotores credíveis são essenciais.

 

E por fim…O Espelho

 

Vamos criar uma frase, uma imagem de marca. Vamos cuidar da embalagem da nossa ideia e de como vamos levá-la ao público. Para o espelho podemos aplicar muitas técnicas de marketing e publicidade, mas uma vez mais,

porque queremos ser inovadores, contamos a nossa história, que é sempre nossa e única, por isso chamamos a esta etapa de espelho.

É como se estivéssemos a conversar com o espelho contando a nossa história, mostrando o nosso novo produto, com todo o empenho com que o inventamos. Se a pessoa que está ao espelho ficar convencida, os outros também ficarão.

Assim imaginei que promovíamos, não só o uso da máscara, como estaríamos a promover uma máscara que nos transporta para lugares de paz e segurança. Talvez alguém fazendo as suas compras no supermercado e a imagem de um bosque diluindo-se das suas mãos para as prateleiras. Enfim, poderíamos recomeçar da primeira etapa para este nosso novo problema: o anúncio promocional.

Porque a originalidade debate-se sempre com novas questões a cada passo que damos, é preciso vontade para lá chegar e muita persistência.

A reter: um cérebro treinado a sonhar tem menos dificuldade no começar.
Ama como a estrada começa, o Cesariny sabia!

 


 

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Resolução de Problemas 1

Escrito por Joana Santiago, Consultora InPar

 

 

 

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